A Comissão Especial da Dengue do
PRAUP (Parlamento Regional do Aglomerado Urbano de Piracicaba) reuniu-se,
ontem, em Piracicaba. Na oportunidade, os membros da tiraram dúvidas sobre a
doença com a professora de Ecologia da Unimep (Universidade Metodista de
Piracicaba), Silvia Gobbo. E mais. O possível avanço da doença nos próximos
meses. Ela revelou que o problema é crítico. "A questão não é só combater
a dengue, é preciso saber lidar com o vetor (o mosquito transmissor da dengue -
o Aedes aegypti). E vale ressaltar que o Aedes ocorre com maior incidência na
área urbana.
No inverno, notou-se uma queda significativa nos casos de dengue em todas as cidades brasileiras. No entanto, existe uma preocupação enorme com a volta dos registros da doença. "A tendência é que tenhamos casos de dengue o ano inteiro, e não somente no período de calor. As alterações climáticas (altas temperaturas em pleno inverno) e o aquecimento global favorecem o crescimento da doença", comenta Silvia.
Diante da possibilidade do avanço ainda maior da dengue, é preciso fazer a prevenção de janeiro a janeiro. O primeiro passo é evitar os criadouros dentro de casa. Sabe-se que o Aedes aegypti possui hábitos diurnos e tem um tempo de vida de 45 dias. Até porque o voo do mosquito não é longo. Ele circula nas redondezas das residências - de 100 a 300 metros. E sua preferência é pela água limpa e cristalina. "Somente a fêmea se alimenta do sangue. Já o macho se alimenta de seiva das plantas", aponta.
Agora, os vereadores querem levar as discussões adiante. A ideia deles é mobilizar as 23 cidades que integram o Parlamento Regional, e somar as ações. De que forma? Unindo os poderes Executivo, Legislativo e a própria população.
Os membros da comissão ainda acompanharam uma apresentação sobre o Aedes aegypti OX513A. Trata-se de uma linhagem geneticamente modificada do Aedes aegypti selvagem - é o chamado mosquito do bem. "Ele não é tóxico", cita a supervisora de produção e ensaio de campo da empresa Oxitec, Cecília Kosmann. E como é feito o combate? É uma tecnologia ainda nova, que consiste na soltura de mais mosquitos para combater o Aedes aegypti.
O mosquito geneticamente modificado não é a solução para o fim da dengue. É apenas mais uma ferramenta de combate ao mosquito. "A população, no entanto, precisa continuar fazendo sua parte, que é eliminando os criadouros", fala. É sabido que a maior parte dos criadouros se encontra nos quintais das casas. E o combate ao Aedes deve ser diário.
Participaram da reunião a presidente da Comissão Érika Tank (Limeira), o relator da ComissãoGeraldo Voluntário (Rio Claro), Fatima Celin (Cordeirópolis) e William Mantz (Iracemápolis). A coordenadora dos trabalhos da Comissão Especial da Dengue do PRAUP, Veruska Ramanauskas, acompanhou a reunião realizada nas dependências da Unimep Taquaral.
Nenhum comentário:
Postar um comentário