quinta-feira, 26 de março de 2015

Parlamento Regional discute impactos da dengue em 22 municípios do Aglomerado Urbano de Piracicaba.




Integrantes do PRAUP (Parlamento Regional do Aglomerado Urbano de Piracicaba) foram incisivos ao cobrar do Governo do Estado de São Paulo ação efetiva no combate à dengue. Em reunião na Câmara na tarde desta quarta-feira, 25, eles apresentaram as demandas à diretoria do DSR X (Departamento Regional de Saúde), órgão estadual que atende 26 municípios, com população estimada em 1,5 milhão de habitantes.
“Não sei até que horas vamos suportar”, desabafou o presidente do PRAUP, o vereador Pedro Marcelo Francisco de Campos, de Iracemápolis. “Precisamos de ajuda financeira, as cidades não aguentam mais”, completou ele, que esteve acompanhado dos colegas da mesa diretora do PRAUP: Magda Carbonero Celidório (Araras, segunda vice-presidente), Cássio Cury (Santa Maria da Serra, terceiro vice-presidente) e Roberson Claudino Pedro (Conchal, segundo secretário).
Para Paiva, a dengue tem inquietado os integrantes do parlamento. “O gabinete dos vereadores é a porta da entrada das demandas sociais. Queremos minimizar os impactos nas cidades assistidas pela DRS X. O PIB (Produto Interno Bruto) dos 22 municípios é de 37 bilhões (80% do PIB estadual). Temos autoridade para exigir um retorno da DRS X”, disse ele, ao utilizar o slogan da Agenda 21: pensar globalmente, agir localmente. 
No encontro, os parlamentares constituíram uma comissão para elaborar um relatório sobre a situação dos municípios. O objetivo é encaminhar o conteúdo à diretoria do DSR X e forçar o governo estadual a provir as necessidades da região. 
PACTO – A vereadora Raquel Picelli, de Rio Claro, defendeu “um pacto estadual” e citou liminar na Justiça para que os agentes de saúde percorressem imóveis fechados em seu município. “O Governo deveria assegurar a estes profissionais o poder de polícia, antes de a situação se agravar”. Ela foi complementada por João Victor Barboza, de Águas de São Pedro: “tem que ser uma política de Estado”. 
Vereadora em Limeira, Érika Tank  lembrou do problema em sua cidade, uma das mais atingidas com a dengue na região. “Sabemos o que enfrentamos, mas precisamos do Governo do Estado de São Paulo”, disse. Aloízio Marinho de Andrade, parlamentar na mesma cidade, foi enfático em afirmar que faltam recursos aos municípios para o enfrentamento dos surtos. “Não é falta de comunicação ou trabalho”, acrescentou. 
A diretora do DSR X, Dra. Maria Clélia Bauer, disse que o desafio é encontrar uma nova forma de combate à doença, a partir da mudança das práticas comportamentais. “O discurso é o mesmo desde a década de 90”, disse, ao recordar que foi nesse período em que os surtos da doença tomou conta das várias regiões brasileiras. “A dengue tem que ser enfrentada como um problema da municipalidade com todas as forças”, recomendou. 
DADOS REGIONAIS 


Piracicaba, Santa Gertrudes, São Pedro, Capivari, Engenheiro Coelho, Ipeúna e Águas de São Pedro.estão em estado de alerta com a dengue. São 346 casos da doença, segundo a Secretaria de Saúde, até a terça-feira, 24. A Presidente do Grupo de Vigilância Epidemiológica de Piracicaba, Gláucia Perecin apresentou o mapa de emergência dos 26 municípios da DSR X, com surtos em 2007, 2010, 2011 e 2013. 
A situação em 2015 é parecida com a de 2013. O agravante, no entanto, é que os dados deste ano são apenas de dois meses e meio. “O ano de 2015 está sendo um marco na história da dengue. Abril ainda é um mês de alta transmissão, mas em nenhum outro ano, desde 2007, havia uma curva tão alta já nos dois primeiros meses do ano”, disse Gláucia. 
A partir de dados oficiais e extraoficiais, os maiores problemas ficaram em Limeira e Rio Claro, informou. Dos 26 municípios da DSR X, apenas três estão com o status “silencioso”, sem qualquer ocorrência. O estado de emergência está decretado para 10 cidades. Até o momento, dos 24 óbitos suspeitos região, nove foram confirmados. 
DEMANDA – A realização do encontro foi uma demanda identificada em 12 de março, quando os parlamentares do PRAUP estiveram em Iracemápolis. Paiva, então, apresentou o requerimento 225/2015, solicitando o plenário da Câmara para os debates.

A reunião também teve a presença da interlocutora da dengue no Grupo de Vigilância Epidemiológica, Terezinha Holtz, e dos vereadores Marco Antonio Berto e Valdir Aparecido Gibim (Água de São Pedro), Aloísio Andrade e Júlio César Pereira dos Santos (Limeira), Geraldo Luis de Moraes e José Júlio Lopes (Rio Claro), Pedro Jesus Montrazio (Rio das Pedras), Carlos Eduardo Oliveira (São Pedro), William Ricardo Mantz (Iracemápolis), Fátima Celin (Cordeirópolis), Carlos Alberto Cavalcante (Piracicaba) e Luiz Arruda (Piracicaba)

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