Integrantes do PRAUP (Parlamento Regional do Aglomerado
Urbano de Piracicaba) foram incisivos ao cobrar do Governo do Estado de São
Paulo ação efetiva no combate à dengue. Em reunião na Câmara na tarde desta
quarta-feira, 25, eles apresentaram as demandas à diretoria do DSR X
(Departamento Regional de Saúde), órgão estadual que atende 26 municípios, com
população estimada em 1,5 milhão de habitantes.
“Não sei até que horas vamos suportar”, desabafou o
presidente do PRAUP, o vereador Pedro Marcelo Francisco de Campos, de
Iracemápolis. “Precisamos de ajuda financeira, as cidades não aguentam mais”,
completou ele, que esteve acompanhado dos colegas da mesa diretora do PRAUP:
Magda Carbonero Celidório (Araras, segunda vice-presidente), Cássio Cury (Santa
Maria da Serra, terceiro vice-presidente) e Roberson Claudino Pedro (Conchal,
segundo secretário).
Para Paiva, a dengue tem inquietado os integrantes do
parlamento. “O gabinete dos vereadores é a porta da entrada das demandas
sociais. Queremos minimizar os impactos nas cidades assistidas pela DRS X. O
PIB (Produto Interno Bruto) dos 22 municípios é de 37 bilhões (80% do PIB
estadual). Temos autoridade para exigir um retorno da DRS X”, disse ele, ao
utilizar o slogan da Agenda 21: pensar globalmente, agir localmente.
No encontro, os parlamentares constituíram uma comissão
para elaborar um relatório sobre a situação dos municípios. O objetivo é
encaminhar o conteúdo à diretoria do DSR X e forçar o governo estadual a provir
as necessidades da região.
PACTO – A vereadora Raquel Picelli, de Rio
Claro, defendeu “um pacto estadual” e citou liminar na Justiça para que os
agentes de saúde percorressem imóveis fechados em seu município. “O Governo
deveria assegurar a estes profissionais o poder de polícia, antes de a situação
se agravar”. Ela foi complementada por João Victor Barboza, de Águas de São
Pedro: “tem que ser uma política de Estado”.
Vereadora em Limeira, Érika Tank lembrou do problema em sua cidade, uma das
mais atingidas com a dengue na região. “Sabemos o que enfrentamos, mas
precisamos do Governo do Estado de São Paulo”, disse. Aloízio Marinho de
Andrade, parlamentar na mesma cidade, foi enfático em afirmar que faltam
recursos aos municípios para o enfrentamento dos surtos. “Não é falta de
comunicação ou trabalho”, acrescentou.
A diretora do DSR X, Dra. Maria Clélia Bauer, disse que
o desafio é encontrar uma nova forma de combate à doença, a partir da mudança
das práticas comportamentais. “O discurso é o mesmo desde a década de 90”,
disse, ao recordar que foi nesse período em que os surtos da doença tomou conta
das várias regiões brasileiras. “A dengue tem que ser enfrentada como um
problema da municipalidade com todas as forças”, recomendou.
DADOS REGIONAIS –
Piracicaba,
Santa Gertrudes, São Pedro, Capivari, Engenheiro Coelho, Ipeúna e Águas de São
Pedro.estão em estado de alerta com a dengue. São 346 casos da doença, segundo
a Secretaria de Saúde, até a terça-feira, 24. A Presidente do Grupo de
Vigilância Epidemiológica de Piracicaba, Gláucia Perecin apresentou o mapa de
emergência dos 26 municípios da DSR X, com surtos em 2007, 2010, 2011 e
2013.
A situação em 2015 é parecida com a de 2013. O
agravante, no entanto, é que os dados deste ano são apenas de dois meses e
meio. “O ano de 2015 está sendo um marco na história da dengue. Abril ainda é
um mês de alta transmissão, mas em nenhum outro ano, desde 2007, havia uma
curva tão alta já nos dois primeiros meses do ano”, disse Gláucia.
A partir de dados oficiais e extraoficiais, os maiores
problemas ficaram em Limeira e Rio Claro, informou. Dos 26 municípios da DSR X,
apenas três estão com o status “silencioso”, sem qualquer ocorrência. O estado
de emergência está decretado para 10 cidades. Até o momento, dos 24 óbitos
suspeitos região, nove foram confirmados.
DEMANDA
– A realização do
encontro foi uma demanda identificada em 12 de março, quando os parlamentares
do PRAUP estiveram em Iracemápolis. Paiva, então, apresentou o requerimento
225/2015, solicitando o plenário da Câmara para os debates.
A reunião também teve a presença da interlocutora da
dengue no Grupo de Vigilância Epidemiológica, Terezinha Holtz, e dos vereadores
Marco Antonio Berto e Valdir Aparecido Gibim (Água de São Pedro), Aloísio
Andrade e Júlio César Pereira dos Santos (Limeira), Geraldo Luis de Moraes e
José Júlio Lopes (Rio Claro), Pedro Jesus Montrazio (Rio das Pedras), Carlos
Eduardo Oliveira (São Pedro), William Ricardo Mantz (Iracemápolis), Fátima
Celin (Cordeirópolis), Carlos Alberto Cavalcante (Piracicaba) e Luiz Arruda
(Piracicaba)
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